Atendimento Clínico Psiquiátrico
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Clínico Psiquiátrico
A Psiquiatria é a especialidade Médica que avalia e trata as alterações do Comportamento Humano. Os Transtornos Psiquiátricos, que resultam de disfunções complexas do que chamamos comumente de “mente”, alteram justamente os aspectos do nosso ser que nos tornam mais humanos – nossas capacidades de pensar, de sentir, de cuidar de nós e de nossas famílias e de trabalhar produtivamente.
O conhecimento sobre o cérebro avança, a passos céleres, para uma nova fronteira de entendimento, com base na Ciência. Como consequência, a Psiquiatria se encontra em um ponto de grande importância para a sua história. Um recente editorial na revista Nature – a mais relevante da área médica – trouxe destaque a isso e chamou a presente década de “a década dos transtornos psiquiátricos”.
Finalmente, a Neurociência está “devolvendo” o cérebro para a Psiquiatria. Assim, hoje a “mente” é melhor compreendida como o resultado do processamento de redes neurais que permitem aos seres humanos realizar suas complexas funções. Tais funções são formalmente divididas em: Cognição (pensar), Emoção (atribuir significado/ valor) e Motivação (objetivos) – representando o que Joseph LeDoux se refere, em seu livro Synaptic Self, como a “trilogia mental”.
Para permanecer como uma especialidade Médica, a Psiquiatria está se redefinindo, conforme os progressos recentes de múltiplas áreas científicas e clínicas. Assim, ao incorporar avanços neurocientíficos e genéticos clinicamente significativos visando cuidar dos pacientes e de suas famílias, aumentamos a capacidade do Psiquiatra em ajudar efetivamente esses indivíduos. No mínimo, entender os transtornos psiquiátricos como alterações orgânicas cerebrais pode dissipar o estigma e a culpa, ainda erroneamente associados a esses quadros.
Mesmo em face das grandes mudanças científicas, a Psiquiatria permanece (e sempre permanecerá) como a disciplina médica mais humana e mais centrada no paciente. Os Psiquiatras devem continuar a ver seus pacientes como indivíduos, e interagir nessa óptica para ajudar esses indivíduos a alcançar o melhor funcionamento possível dentro de suas famílias e de suas redes sociais.Esperamos tornar os transtornos psiquiátricos menos estigmatizados no futuro. Como cuidadores, advogamos em defesa dos pacientes, servindo como vozes para indivíduos que não possuem uma voz própria efetiva, mas que merecem e precisam ser ouvidos.
A Neuropsiquiatria é um ramo da medicina que lida com as alterações de comportamentos atribuíveis a patologias cerebrais ou sistêmicas.
É definida como uma subespecialidade médica comprometida com o entendimento das ligações entre Neurociência e Comportamento e com os cuidados de indivíduos com distúrbios comportamentais de base cerebral.
A Neuropsiquiatria faz a ponte que liga a Psiquiatria à Neurologia, de modo que as funções psicológicas e as estruturas neurológicas são observadas ao mesmo tempo, conectadas internamente de forma coerente. Segue, assim, um caminho intermediário entre a neurologia (estrutural, estática) e a psiquiatria (funcional, dinâmica), porém entende ambos os campos como inseparáveis na avaliação dos fenômenos dos comportamentos e das funções psicológicas.
O Professor Joseph B. Martin, ex-reitor da Harvard Medical School e um neurologista por formação, resumiu o argumento para a reunião entre Neurologia e Psiquiatria, no ramo da Neuropsiquiatria: "A separação das duas categorias é arbitrária, muitas vezes influenciada por crenças, em vez de observações científicas comprovadas. E o fato de que o cérebro e mente são um, faz a separação artificial de qualquer maneira."
